terça-feira, 14 de julho de 2009

Passa-tempo, Itambé, hoje IBITU.


O povoado do Ibitu é composto de inúmeras histórias, algumas trágicas e outras cômicas, mas todas permeadas de lendas e personagens que marcaram a história de Barretos.
Em Ibitu tem-se de tudo, praga de padre, ciclones, crimes, tragédias, entre elas a que origina a maior santa da nossa cidade, a "santinha do Ibitu".
Vários historiadores de Barretos registraram os acontecimentos do Ibitu, Osório Faleiros da Rocha em seu livro Barretos de Outrora, publicado em 1954, cita o ciclone de 1926 da seguinte maneira “Em 1926, um ciclone destrói grande parte da povoação de Itambé, antes Passatempo, hoje Ibitú e que decerto amanhã terá outro nome e depois outro...”. (Pág.10).
Há alguns meses realizamos uma exposição fotográfica no Ibitu, e sobre o Ibitu.
Foi grande a alegria.Embarcamos nessa história com grande satisfação, reviver as memórias do Ibitu é sempre uma experiência rica e gratificante, procedemos a uma prévia pesquisa em nossos arquivos e percebemos que faltava o principal, faltava à alma daquele povo, a alma das pessoas que faziam daquele local, um local único e especial, foi então que resolvemos visitá-los.
Fomos recebidos com carinho e presteza. Sua gente é alegre, acolhedora, hospitaleira e cortês. Os senhores Noel e Mizael foram gentis conosco contando causos e histórias que ouviram dos antigos, foi um deleite desfrutar da companhia de pessoas tão amáveis.
O Sr. Mizael nos levou a lugares inusitados e cheios de encantamento, sedução e magia. Foi com grande alegria que embarcamos nessa viagem a torre da igreja, onde pudemos visualizar e ouvir os sinos que anunciam missas e mortes. No Ibitu tem-se um sino para o convite à missa e outro para o comunicado de falecimento. Os sons são distintos e pudemos identificá-los com a ajuda do nosso anfitrião, guia e artista plástico que se mostrou um poeta de aguçada sensibilidade nos revelando as diferenças sonoras entre os sinos, a melancolia e a dor audível no sino que comunica falecimento e a alegre vibração do sino que convida para as missas.
A explicação da nomenclatura Passa-tempo, segundo Mizael, atribuída aos costumes dos peões que passavam naquela região conduzindo gado para uma parada de descanso e lazer, revela situações que os livros históricos não registram e são passadas de geração a geração através da antiga arte de prosear.
Visitar o Ibitu é uma experiência preciosíssima que recomendo a todos que cultuam a simplicidade e a sabedoria, visitar o Ibitu acompanhada por pessoas valorosas é banhar-se de cultura e nostalgia.
Sueli Fernandes.

Um comentário:

Carlos Muniz - Campinas SP disse...

Já visitei o Ibitu. realmente é um lugar de gente simples e mágico.Sempre somos recebidos pelo Lazinho e a Rosa que nos dispensam a maior atenção.