segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Palácio das Águias"

Trata-se do prédio que abriga o Museu Histórico, Artístico e Folclórico “Ruy Menezes”. De arquitetura nobre e simétrica, nele podemos observar as pilastras ao lado da porta que decoram a fachada principal, a escadaria que invade a calçada, as torres nos cantos que lembram castelos medievais. Outra característica marcante do prédio são as Águias em seu frontispício, que dá nome ao prédio, símbolo de poder muito marcante no período. Todos esses elementos conferem um ar de monumentalidade ao prédio e, vale mencionar que ele é o único da cidade tombado por lei municipal (nº. 2.240 de 10 de novembro de 1988). Foi construído no século passado, em outro contexto estético e expressa valores daquele momento de acordo com a realidade social e econômica local. Hoje transformado em museu é o espaço de preservação da memória dos nossos avós, espaço de diálogos com as gerações do presente para compreendermos a nossa história... O prédio foi construído no início do século XX para sediar o Paço Municipal pelo prefeito, dr. Antonio Olympio Rodrigues Vieira, foi inaugurado em 15 de novembro de 1907. Desde 1979 funciona como Museu. No início da década de 1990 foi atacado por cupins, restaurado em 1995 e devolvido ao público em 1996. Sua arquitetura mantém-se quase inalterada, revelando-se um verdadeiro “museu a céu aberto”!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Transformações arquitetônicas...

Ao longo do tempo, muitas cidades brasileiras, entre elas Barretos, assistiram a destruição do seu patrimônio histórico em nome da modernização dos seus núcleos urbanos. Palacetes, capelas e charmosas casas vieram a baixo, para dar lugar a prédios modernos, ou se transformaram em estacionamentos para atender as estranhas necessidades da contemporaneidade.
Até a primeira metade do século XX predominava em Barretos a religião católica caracterizada por uma devoção sociobilizante. O que, em certa medida, explica a devoção dos fundadores da cidade de Barretos ao Divino Espírito Santo. As famílias Barreto e Marques juntas doaram oitenta e dois alqueires de terras à igreja para a construção da primeira capela, responsável pela formatação e desenvolvimento da vila.  A primeira capelinha foi inaugurada em 1877. Em 1895, inicia-se a construção da catedral. O responsável pela obra foi o engenheiro Pagani Fioravante. A arquitetura é um dos cartões postais da cidade pela beleza de suas formas, pelos belos vitrais e pelas belíssimas pinturas de inspiração renascentista. Talvez, por tudo isso, a Catedral esteja entre um dos nossos prédios mais antigos ainda preservados.

domingo, 24 de junho de 2012

TELEFONISTA: a profissão do séc. XX



Foi no início do século XX, que as mulheres ingressaram de modo definitivo no mercado de trabalho. Inicialmente em espaços fechados, pois, acreditava-se que em espaços fechados as mulheres estavam protegidas de todos os perigos e influências negativas provocadas pela vida moderna. Os primeiros espaços foram às salas de aula, posto que, as mulheres já tinham habilidades para cuidar de crianças, pois cuidavam de seus filhos, sobrinhos e, às vezes, irmãos... Depois de algum tempo ganharam espaço nas fábricas, especialmente de tecelagem e fiação. Do trabalho para a casa, as mulheres foram conquistando o espaço público. A ampliação do universo de trabalho destinado ao público feminino aconteceu com a criação da profissão de telefonista. O universo foi dominado pelas mulheres, alguns diziam que era porque elas eram: "faladeiras". Convém, entretanto, considerar que apesar de  conversarem com estranhos, elas continuavam protegidas e distantes dos seus interlocutores. Para o exercício da profissão elas recebiam instruções sobre como manipular os equipamentos, ética, tom de voz e seleção de palavras que deveriam ser utilizadas na conversação. Algumas revistas da época chegaram a escrever que o monopólio feminino na profissão dava-se em virtude de sua característica tagarela.
Outras questões relevantes sobre o sucesso desses serviços se deu em virtude da rapidez com que as informações chegavam ... isto é, horas depois! Pois na época quando um usuário pedia uma ligação a uma telefonista, às vezes, gastava-se mais de 4 horas para que a ligação fosse completada. Mas, se considerarmos que antes as informações chegavam apenas por carta e/ou telegrama o que demandava dias... aguardar algumas horas era um privilégio ... esta realidade tornava 4 ou 8 horas, em  algo extremamente rápido! Sem contar o aspecto caloroso da nova comunicação, pois era possível ouvir a voz da pessoa que estava distante!!! Imaginem a sensação de ouvir a voz de uma pessoa numa época em que as comunicações eram realizadas apenas por cartas... Pelo exposto, entendemos que o telefone transformou as comunicações, deixo-as mais humanas... apesar do aparelho!
A partir do sistema automático, implantado em 1928, na cidade de São Paulo, as telefonistas passaram a ser dispensáveis, afinal, os serviços delas não eram mais imprescindíveis, mesmo assim elas continuaram trabalhando por um bom tempo, pois, as pessoas demoraram a se habituar a fazer ligações sozinhas. Em Barretos, o serviço automático começou em 1973 e a primeira pessoa a realizar uma ligação sem o auxílio de uma telefonista foi o prefeito da época: Ary Ribeiro de Mendonça.

Para mais informações sobre a profissão sugiro que visitem o link da telefônica:

http://www.fundacaotelefonica.org.br/Museu/Files/trabalho01.pdf 

sábado, 23 de junho de 2012

RELÓGIO CEBOLÃO


Este relógio cebolão faz parte do acervo do Museu. Trata-se de uma peça curiosa e encantadora, utilizada pelos elegantes cavalheiros do século XX. Estima-se que por volta de 1908, a pedido de Santos Dumont (o pai da aviação), o primeiro relógio de pulso tenha sido produzido no Brasil. Ocorre que o relógio de bolso dificultava o controle do tempo de suas experiências “voadoras”, por isso, ele encomendou a um amigo da empresa "Cartier" a criação de um relógio que pudesse ser utilizado no pulso. Apesar da praticidade do modelo, a novidade causou estranheza em nossos antepassados, as pessoas acharam o modelo muito esquisito e extravagante. Ou seja, o modelo que na época provocou reações, hoje é o modelo mais popular. 
Tudo isso nos permite pensar sobre as mudanças de hábitos e costumes... o que era tradição no séc. XX, na atualidade é algo excêntrico.  Afinal, encontrar alguém com um relógio de algibeira (bolso) é bastante incomum na contemporaneidade.
Se quiserem ler mais sobre o assunto sugiro:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-relogio/historia-do-relogio2.php