Histórias e memórias sobre Barretos : "A escola sai da escola"

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"A escola sai da escola"

Na manhã de hoje recebemos alunos da 6ª. série, da E.E. Dr. Augusto Reis Neves de Olímpia.
Agradecemos a visita, e cumprimentamos a todos pelo comportamento exemplar.
Valeu galera!

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CRIAÇÃO DO BLOG

Este blog foi criado por Sueli de Cássia Tosta Fernandes. Embora esteja afastada do Museu, continuarei alimentando-o com informações e colaborando nas pesquisas. Alunos, pesquisadores e curiosos poderão continuar entrando em contato que atenderei a todos. Muito obrigada pelo carinho dos visitantes e pelas mensagens gentis. Abraços, Sueli.
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Através de parceria firmada com a Fundação para o Desenvolvimento da Educação recebemos semanalmente, uma média de 200 alunos, da rede pública estadual de Barretos e região.

HINO BARRETENSE

Por Barretos bandeirante,
Desbravador do sertão!
Pela Pátria avante! Avante!
Levantando o coração!

Não há divisa mais bela,
Mais nobre, mais varonil:
Sejamos a sentinela
Avançada do Brasil.

O sol ardente, o prado e as searas doura.
As bênçãos do Senhor vêm como o orvalho,
Protegendo os rebanhos e a lavoura,
Os lares, os estudos e o trabalho!

Por Barretos bandeirante,
Desbravador do sertão!
Pela Pátria avante! Avante!
Levantando o coração!

Não há divisa mais bela,
Mais nobre, mais varonil:
Sejamos a sentinela
Avançada do Brasil.

Deus nos guie e conserve sempre unidos,
Como suas ovelhas o zagal.
Sem distinção de credos e partidos,
Pugnemos pela glória nacional!

Por Barretos bandeirante,
Desbravador do sertão!
Pela Pátria avante! Avante!
Levantando o coração!

Não há divisa mais bela,
Mais nobre mais varonil:
Sejamos a sentinela
Avançada do Brasil.

Dr. Osório Rocha
(Hino extraído do Álbum Centenário de Barretos)
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FESTA DO PEÃO
Composição: Bezerra de Menezes

Vento Gelado
Batendo em meu rosto
Me diz que é agosto
Florada do Ipê no Sertão

Diz que eu me esqueça
De todos apertos
Que eu vá pra Barretos
Pra Festa do Peão

Eu sinto aquele abraço
Me aquecendo o coração
O abraço de Barretos
Faz do Inverno outro Verão

A Festa não termina
A gente fica em Festa
Até chegar o ano que vem
Não vou perder esse Festão
Eu vou me embora pra Festa do Peão(Bis)

CONHECENDO O MUSEU

O PRÉDIO

Museu a céu aberto; construído no início do século XX para sediar o Paço Municipal; sua arquitetura recebeu influência neoclássica e é de extrema relevância para a arquitetura da cidade, representa um período de grandes transformações culturais e econômicas.Na fachada principal tem-se uma escadaria, 04 colunas que remetem aos elementos gregos e 02 estátuas em formato de águia encimando o prédio (que o tornou conhecido, no passado, como “Palácio das Águias” ); nas laterais erguem-se duas torres que lembram aspectos medievais; todos os ambientes contam com grandes janelas em madeira que propiciam excelente iluminação natural. (A energia elétrica chegou a Barretos em 1911).O prédio foi construído na administração do então prefeito, Dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira, tendo sido o edital de licitação da obra publicado no dia 29 de abril de 1906, no jornal “O SERTANEJO”.A pedra fundamental foi lançada no dia 02 de setembro de 1906, e sua inauguração aconteceu em 15 de novembro de 1907. Nele já funcionaram diversos órgãos públicos e desde 1979 funciona como Museu.Tombado por Lei Municipal nº. 2.240 de 10 de novembro de 1988.Atacado por cupins no início da década de 90, foi restaurado em 1995, e devolvido ao público em 1996.Sua arquitetura mantém-se quase inalterada.

O COMEÇO...

O primeiro Museu da cidade de Barretos foi denominado “Ana Rosa” em homenagem aos fundadores da cidade, e foi montado no antigo “Colégio Estadual Mário Vieira Marcondes”, em 1964, por iniciativa de seu diretor, o Prof. Raul Alves Ferreira e um grupo de professores da instituição. Desativado em 1974, teve todo o seu acervo doado ao município para a constituição de um Museu Municipal.

O ACERVO

Partindo da cruz que encimava a sepultura do fundador da cidade, Francisco Barreto, há ainda cadeira de dentista (1895), armamentos utilizados por barretenses na Revolução Constitucionalista de 32 e na 2ª. Guerra Mundial, tralhas dos peões de boiadeiro, utensílios da cozinha caipira, indumentárias das Folias de Reis, instrumentos de tecelagem manual, peças do início do século XX que mostram a revolução tecnológica: da máquina de escrever (1910) ao computador, do lambe-lambe às pequenas máquinas fotográficas, aparelhos telefônicos, gramofone, TVs, rádios e curiosidades como: o primeiro altar da igreja do Rosário, a cítara, (instrumento musical indiano), terrina utilizada em banquete servido ao Dom Pedro II, entre outros.A catalogação do acervo é feita através do programa Acervsys, software específico para catalogação de acervos e coleções de obras de arte

FUNDAÇÃO DA CIDADE

Francisco José Barreto chega à região por volta de 1830 acompanhado da família.Estabelece como moradia a Fazenda "Fortaleza", na região da Av. 13 com a Rua 8 (onde hoje é o Marco Zero) e lá vive até falecer, em 1848; sua esposa, Ana Rosa, morre em 1852. Antes de falecer ele e o amigo, Simão Antônio Marques, pedem aos filhos que doem parte de suas terras ao Divino Espírito Santo para a construção de uma capela. A família Barreto doou 62 alqueires e a família Marques 20 alqueires, estes últimos da Fazenda “Monte Alegre”. Como a família Barreto doou a maior parte das terras, a cidade foi nomeada BARRETOS em sua homenagem.

RUY MENEZES (1910-1992)

Nosso patrono foi uma personalidade de grande respeito e destaque em nossa comunidade: lutou na Revolução de 32, foi Fundador da Academia Barretense de Cultura, Presidente do Teatro Experimental de Barretos, Presidente da Fundação Educacional de Barretos, político, jornalista, maçom, escritor, são algumas das muitas funções que exerceu.Como escritor, deixou importantes registros sobre nossa história, uma vez que suas obras “O Espiral – História do Desenvolvimento Cultural de Barretos” (1985) e “Álbum Comemorativo do Centenário de Barretos” (1954), escrito em parceria com José Tedesco, são frequentemente consultados por todos aqueles que se interessam em conhecer nossa história.

O MUSEU COMO ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO

A observação dos alunos durante as visitas nos permite afirmar que a saída do ambiente escolar, o trajeto até a chegada aos espaços culturais funcionam como estímulo e é de grande importância para a sensibilização do olhar dos jovens.

A experiência provoca a emoção o que propicia ao sujeito apropriar-se de múltiplas linguagens, tornando-o mais aberto para a relação com o outro, favorecendo a percepção da identidade coletiva.

Na escola são utilizadas ferramentas didáticas, no Museu é o objeto que fala por si. A visita provoca o gosto pela descoberta, a curiosidade, o assombro, a reflexão...

O prédio do Museu, como patrimônio cultural suscita expectativas e estabelece reações com o imaginário de cada visitante. As imagens observadas no trajeto, também são elementos importantes para a constituição de um novo olhar.

Como numa máquina do tempo, conhecer o acervo de um museu funciona como passaporte para outras épocas em razão da curiosidade despertada, do encantamento provocado, da emoção sentida ao apreciar outros tempos e espaços.

No "Ruy Menezes" encontramos máquinas fotográficas, máquinas de escrever, gramofones, vitrolas, telefones, caçambas, selas femininas, e diversos objetos de diferentes tempos, épocas de costumes distintos ao nosso. Assim, mergulhamos no nosso passado e conhecemos um pouco mais da nossa história e percebemos que a evolução é rápida, que o passado, presente e futuro dialogam o tempo todo.

O museu é um espaço essencialmente cultural, mas é um parceiro da escola e funciona como um espaço não formal de ensino.

Desta forma, visitar um Museu é sempre uma oportunidade de vivenciar, ver e ouvir experiências diferentes das que vivemos cotidianamente, podendo, assim, ampliar o nosso olhar para o mundo que nos cerca.

Visitar o Museu é uma nova possibilidade educativa e você, amigo(a) leitor(a), é nosso(a) convidado(a), venha, agende um horário e traga seus aluno(a)s e/ou filho(a)s!!!

"[...] os homens, desde sempre, sentem necessidade de explicar para si próprios sua origem e sua vida” (1981, p.10)
BORGES, Vavy Pacheco. O que é história. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1981.

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O museu é uma instituição permanente sem finalidade lucrativa, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que realiza pesquisas sobre a evidência material do homem e do seu ambiente, as adquire, conserva, investiga, comunica e exibe, com a finalidade de estudo, educação e fruição.
Icom.

“Pessoalmente, do mais remoto que me lembre, ela [a História] sempre me pareceu divertida. Como todos os
historiadores, eu penso. Sem o quê, por quais razões teriam
escolhido esse ofício? Aos olhos de qualquer um que não seja
um tolo completo, com quatro letras, todas as ciências são
interessantes. Mas todo cientista só encontra uma única cuja
prática o divirte. Descobri-la para a ela se dedicar, é
propriamente o que se chama de vocação.”
(BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da
História ou O ofício do Historiador. Trad. André Telles. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2001, p.43)

ANEDOTAS

Sobre o Cel. Almeida Pinto:

DEVIDO A EXCENTRICIDADE DO CARÁTER DO CEL. ALMEIDA PINTO, VÁRIAS ANEDOTAS SURGIRAM A SEU RESPEITO, ENTRE ELAS, A QUE ENVOLVE O NOME DA ESCOLA QUE AQUI FUNDOU.
A ESCOLA FOI APELIDADA DE "PINTO LOUCO", POIS EM SEU frontispício HAVIA UMA INSCRIÇÃO EM LATIM "AVE LUX!". A INSCRIÇÃO FAZIA UMA SAUDAÇÃO A LUZ, QUE REPRESENTAVA SABEDORIA, ENTRETANTO, COMO A CABOCLADA DESCONHECIA O LATIM, PARTIRAM PARA A DEDUÇÃO LÓGICA E ASSIM FOI EXPLICADO: "AVE" É PINTO E "LUX" É LOUCO.
Referência: Barretos de Outrora - Osório Rocha.

TIRO DE GUERRA 512

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O nosso chão preto nos reserva muitas histórias curiosas e interessantes, algumas difíceis até de se imaginar...
Entre elas, o envolvimento do Tiro de Guerra 512 em questões políticas. Ocorre que a disputa eleitoral entre os partidos “Pica-Pau”, chefiado por Antônio Olympio e “Partido Municipal”, liderado por Manoel Francisco Martins, no ano de 1919, foi bastante violenta, e, o Tiro de Guerra acabou apoiando a polícia para controlar a situação. O fato ficou conhecido como "tiroteio do Teatro Santo Antônio". Mas o fato acabou culminando em seu fechamento por um período de 08 anos. Embora o Antônio Olympio fosse o lider do partido não teve participação nesse evento.
Abaixo transcrição de um trecho do livro de Ruy Menezes:

“O Tiro de Guerra de Barretos tem hoje o nº. 9. Antes, fundado nos derradeiros anos 10, era o famoso Tiro de Guerra nº. 512, de respeitáveis tradições. Em 1919, comandado então pelo Sargento Queiroz, empenhou-se, com o destacamento policial, em um tiroteio contra a “casa do boi” do “Partido Municipal”, ali no Teatro Santo Antônio, na esquina da Rua 20 com a Av. 17, quando de um violento pleito eleitoral com o partido dos “Pica-paus”, e, em conseqüência, tendo havido um morto e feridos, embora ficasse ocultado, foi fechado pelas autoridades federais.”

MENEZES, Ruy. Págs. 18 e 19. In: O Espiral: História do Desenvolvimento Cultural de Barretos. INTEC, 1985.

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Os fatos na verdade não são absolutamente como peixes na peixaria. Eles são como peixes nadando livremente num oceano vasto e algumas vezes inacessível; o que o historiador pesca dependerá parcialmente da sorte, mas principalmente da parte do oceano em que ele prefere pescar e do molinete que ele usa – fatores estes que são naturalmente determinados pela qualidade de peixes que ele quer. De um modo geral, o historiador conseguirá o tipo de fatos que ele quer. História significa interpretação. (CARR, 1984, p. 59)

CARR, Edward Hallet. Que é história?. ed. s.l. Paz e Terra, 19...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"A escola sai da escola"

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