sexta-feira, 3 de junho de 2011

Poesias do Cel. Silvestre de Lima

A TUA MÃO
                          Silvestre de Lima


É tão fina essa mão, tão frágil, tão leve,
Que eu que a sorvo num beijo, eu que num dedo a torço,
Guardo-a numa só mão sem o mínimo esforço,
Assim como uma flor guarda um floco de neve.


Qual de um bosque  voa uma borboleta,
Paira, eleva-se, desce, e ora se oculta quase,
Ora aparece e vai mais veloz que uma seta,


Quando a raiva (ou amor) tens que os olhos te abrase,
Move-se a tua mão, baixa, ergue-se inquieta,
Acompanha-te a voz, segue-a frase por frase...


Mas, se as pousas em mim - como um floco de neve
Pousa sobre uma flor - sem o mínimo esforço,
Ah! Então é que eu sinto, eu que num dedo a torço,
Quanto pesa afinal essa mão que é tão leve!

Notas sobre o Cel. Silvestre de Lima:
Cel. Silvestre de Lima fundou o primeiro jornal da cidade de Barretos e região, "O SERTANEJO", em 1900.
Foi prefeito de Barretos, vereador e deputado estadual.
Em 1918, mudou-se para São Paulo onde fundou o "Colégio Minerva", e integrou-se também ao corpo de redatores do jornal "O Estado de São Paulo", que é o jornal mais antigo da cidade de São Paulo em circulação.

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