sábado, 19 de março de 2011

BIOGRAFIA DO CEL. SILVESTRE DE LIMA


BIOGRAFIA DO CEL. SILVESTRE DE LIMA
Intendente Municipal de 1894 a 1896 e 1909 a 1914


            Nasceu em 31 de dezembro de 1859, em São Sebastião da Ventania, (em 1954 cidade de Alpinopolis), filho de Vicente Gomes Lima (1819-1902). Silvestre estudou incialmente em sua terra natal, depois em Carmo do Rio Claro, no “Colégio Padre James de Toledo Lion”, onde já revelava suas tendências à arte da poesia e também era um aluno destacável. Em 1877, foi levado por seu pai para estudar medicina no Rio de Janeiro.
Neste contexto, segundo os relatos de Osório da Rocha, no livro “Barretos de Outrora” (1954), conta-se: “certa vez hospedado numa fazenda, teve ensejo de presenciar o suplício infligido por feitos desalmado a um mísero cativo. Na calada da noite, impressionado e insone, Silvestre dá vasão à sua mágua e revolta, no primeiro soneto, que foi um grito de protesto, uma profissão de fé, um programa jurado de luta em favor da raça escravizada, seguido à risca até a vitória em 1888.”
            No Rio de Janeiro, quando estudante, ingressou no jornalismo, colaborando na “Gazeta da Tarde”. Grande amigo de José do Patrocínio, passou-se de alma arrebatada para as agitações da Campanha Abolicionista, e logo, se vinculou aos ideais republicanos. Foi então que escrevera seu distinto poema “A Escravidão”, no qual se perdeu totalmente,
 e mereceu, segundo Osório da Rocha, as melhores referências da crítica. Como disse, na época, Venceslau de Queirós: “Como poema de propaganda, só conheço outro igual aos latifúndios, é A Escravidão, de Silvestre de Lima”.
            Não concluiu o curso de Farmácia pela Faculdade de Medicina, retornando para Minas Gerais após dois anos de estudos no Rio de Janeiro.
            Em 1885, foi para Ituiutaba (MG), então chamada “São José do Tijuco”. Ali lançou as sementes da pregação dos ideais republicanos. Até que em 1891, a convite do Cel. Antônio Marcolino Osório de Souza, mudou-se para Barretos.
            Aqui chegando, montou uma pequena farmácia de sociedade com João Teles, exercido as funções de Curador Geral de Órfãos e Promotor Público Interno. Exerceu até mesmo advocacia.
            No ano seguinte a sua chegada, já se integrava ao movimento político local.
            Ocupou cargos de vereador, Presidente da Câmara, Prefeito Municipal e Deputado Estadual; função que renunciou em 1903, quando da eclosão do movimento conhecido como “Dissidência”. Recebeu também a patente de Coronel da Guarda Nacional.
            Foi fundador do Jornal “O Sertanejo”, primeiro jornal que existiu em Barretos e região, fundado em 31 de março de 1900. Essa publicação alterou substancialmente a mentalidade dos barretenses. Fundou depois o “Correio de Barretos” e a “Folha de Barretos”, jornais de grande aceitação.
            Casou-se em 22 de maio de 1895 com Nazária Isaura de Mira, então com 15 anos de idade. Tiveram o casal os seguintes filhos: Silvestre Filho (advogado), Plínio (médico), Vicente (famoso músico, já fora o 2º melhor flautista do Brasil), Afra e Chloé (professoras).
Cansado da política, que só lhe dera dissabores e desenganos, e necessitando dar seqüência aos estudos de seus filhos, mudou-se para São Paulo, em 1918. Na capital paulista, fundou o “Colégio Minerva”, em que muitos barretenses foram estudar.
            Integrou-se também no corpo de redatores de “O Estado de São Paulo”, e aí dirigiu, durante algum tempo, a secção “Notas e Informações”, a famosa página de editoriais do grande órgão da Imprensa Paulista. Era, também, amigo pessoal de Júlio Mesquita.
            Faleceu em 15 de setembro de 1949, em São Paulo.
            No dia 12 de outubro de 1949, a “Sociedade Amigos de Barretos”, presidida por Hely Pimenta, promoveu solenidade de homenagem póstuma a Silvestre de Lima; sendo Osório da Rocha o conferencista.
           
REFERÊNCIA:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. Abril de 1954.

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