domingo, 6 de março de 2011

Primeiro Prefeito de Barretos


CEL. RAPHAEL DA SILVA BRANDÃO
Intendente Municipal de 1891 a 1893


            Natural de São José dos Botelhos (MG), nasceu no dia 03 de fevereiro de 1864. Era filho do italiano Luiz Brandão, ou Brandini, e residiam em Uberaba.
          Em 1884 esteve matriculado no Colégio Moretszohn, de São Paulo, mas não pode continuar seus estudos, resolvendo então comercializar alguns produtos no Triângulo Mineiro. Mas, um dia decidiu atravessar o Rio Grande e tudo mudou desde então. Vendeu uma porção de ferramentas, drogas (medicamentos), calçados, enfim toda mercadoria utilizável neste período. Entusiasmado pelo sucesso obtido nas vendas, escreveu a seu pai que não voltaria mais a negociar em Minas Gerais.
            Veio definitivamente de Uberaba para Barretos, no dia 10 de março de 1885. A partir de então, tornou-se grande amigo do Coronel João Carlos de Almeida Pinto.
            Casou-se em 21 de janeiro de 1888 com D. Veridiana Gomide (Dona Cavita), tendo o casal os seguintes filhos: Filomena, Maria Olinda (Cotinha), Angelina, Olga, Lucília e depois de muitos anos, em 1918, nasceu Luiz (que foi dentista e ainda residente na cidade).
            Em Barretos, Raphael Brandão militou na política e além de ter sido o primeiro prefeito (intendente municipal) de Barretos, exerceu cargos da maior responsabilidade, como juiz (1890), vereador e outros.
            Em conseqüência, foi nomeado Coronel da Guarda Nacional, Presidente da Câmara Municipal (1905), em 1914 foi Coletor Federal (o primeiro de Barretos), no ano de 1927 era o presidente do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos. Logo, aposentou-se contra sua vontade, em 1935.
            Barretos deve a Raphael grandes serviços e o maior foi, talvez, ter obtido a criação da Comarca de Barretos, depois de muitas conversas com o chefe republicano, Dr. Alfredo Ellis. O Coronel se preocupou também com a questão alimentícia dos presos e adotou medidas para a criação do novo cemitério em 1893. É válido ressaltar que, nesta época, instalava-se o Diretório do Partido Republicano e a Câmara.
            Raphael faleceu no dia 26 de dezembro de 1935.
 
Nota
            A conjuntura política da época era de um Brasil que acabava de sair do Império de Dom Pedro II e partir para a tão esperada República. Além disso, a economia também se modificava, já que, teoricamente, a escravidão era abolida e a mão-de-obra assalariada tornava-se vigente. Nos setores sociais e culturais explodia a influência francesa na arquitetura, mas, a desigualdade social era muito notada.
            Na área administrativa encontram-se agrupamentos políticos da elite agrária, que formavam a instituições como a Guarda Nacional e, assim, exerciam as funções referentes à administração das respectivas vilas ou cidades. Neste contexto, percebe-se que títulos de patentes, como coronel – dado também a Raphael Brandão - são referentes aos chefes políticos do interior, dentro da política do Coronelismo. E, é neste exato momento que se vê presente o primeiro Intendente Municipal de Barretos, Cel. Raphael Brandão.
 
REFERÊNCIAS:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. SP, 1954.
Documento do Museu.

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