sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A TELEFONISTA

No início do século XX, as mulheres se estabelecem no mercado de trabalho. Inicialmente em espaços fechados, acreditava-se que em espaços fechados as mulheres estavam protegidas de todos os perigos e influências negativas provocadas pela vida moderna, isso inclui as tentações. Os primeiros espaços foram as salas de aula, afinal, as mulheres tinham habilidades para cuidar de crianças, depois vieram as fábricas, especialmente de tecelagem e fiação. Do trabalho para a casa, as mulheres foram conquistando o espaço público. Assim, o universo de trabalho destinado ao público feminino foi se ampliando até chegar a profissão de telefonista, afinal apesar de conversarem com estranhos, elas continuavam protegidas e distantes dos seus interlocutores.
A profissão foi dominada pelas mulheres, que recebiam instruções sobre como manipular os equipamentos, ética, tom de voz e seleção de palavras que deveriam ser utilizadas na conversação. Algumas revistas da época chegaram a escrever que o monopólio feminino na profissão dava-se em virtude de sua característica tagarela. Deixando os comentários jocosos de lado, sabe-se que o telefone tornou a vida mais fácil, as informações, as notícias ganharam rapidez. Antes as notícias de um parente distante chegavam por carta ou telegrama. O telefone transformou as comunicações, deixo-as mais humanas, apesar do aparelho. Falar com alguém distante ou ouvir a sua voz era, é, e continuará sendo, motivo de alegria.
A partir do sistema automático, implantado em 1928, na cidade de São Paulo, as telefonistas passaram a ser dispensáveis, afinal, os serviços delas não eram mais imprescindíveis, mesmo assim elas continuaram trabalhando por um bom tempo, pois
as pessoas demoraram a se habituar a fazer ligações sozinhas.

Referências:

Nenhum comentário: