Histórias e memórias sobre Barretos
Centro de Pesquisas em Barretos: Museu Histórico, Artístico e Folclórico "Ruy Menezes" contato: (17) 3324-4255
quarta-feira, 9 de agosto de 2017
COMUNICADO
A administração do Museu Histórico, Artístico e Folclórico "Ruy Menezes" informa que o museu está fechado à visitação pública, em virtude de reformas.
O setor de pesquisas está em funcionamento, agendamentos devem ser realizados através dos seguintes instrumentos:
E-mail: raquel@barretos.sp.gov.br - Raquel Milagres de Matos, museóloga, gestora do Museu.
Telefone: (17) 3324-4255
segunda-feira, 30 de julho de 2012
"Palácio das Águias"
Trata-se do prédio que abriga o Museu Histórico, Artístico e Folclórico “Ruy Menezes”. De arquitetura nobre e simétrica, nele podemos observar as pilastras ao lado da porta que decoram a fachada principal, a escadaria que invade a calçada, as torres nos cantos que lembram castelos medievais. Outra característica marcante do prédio são as Águias em seu frontispício, que dá nome ao prédio, símbolo de poder muito marcante no período.
Todos esses elementos conferem um ar de monumentalidade ao prédio e, vale mencionar que ele é o único da cidade tombado por lei municipal (nº. 2.240 de 10 de novembro de 1988). Foi construído no século passado, em outro contexto estético e expressa valores daquele momento de acordo com a realidade social e econômica local. Hoje transformado em museu é o espaço de preservação da memória dos nossos avós, espaço de diálogos com as gerações do presente para compreendermos a nossa história...
O prédio foi construído no início do século XX para sediar o Paço Municipal pelo prefeito, dr. Antonio Olympio Rodrigues Vieira, foi inaugurado em 15 de novembro de 1907. Desde 1979 funciona como Museu. No início da década de 1990 foi atacado por cupins, restaurado em 1995 e devolvido ao público em 1996. Sua arquitetura mantém-se quase inalterada, revelando-se um verdadeiro “museu a céu aberto”!
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Transformações arquitetônicas...
Ao longo do tempo, muitas cidades brasileiras, entre elas Barretos, assistiram a destruição do seu patrimônio histórico em nome da modernização dos seus núcleos urbanos. Palacetes, capelas e charmosas casas vieram a baixo, para dar lugar a prédios modernos, ou se transformaram em estacionamentos para atender as estranhas necessidades da contemporaneidade.
Até a primeira metade do século XX predominava em Barretos a religião católica caracterizada por uma devoção sociobilizante. O que, em certa medida, explica a devoção dos fundadores da cidade de Barretos ao Divino Espírito Santo. As famílias Barreto e Marques juntas doaram oitenta e dois alqueires de terras à igreja para a construção da primeira capela, responsável pela formatação e desenvolvimento da vila. A primeira capelinha foi inaugurada em 1877. Em 1895, inicia-se a construção da catedral. O responsável pela obra foi o engenheiro Pagani Fioravante. A arquitetura é um dos cartões postais da cidade pela beleza de suas formas, pelos belos vitrais e pelas belíssimas pinturas de inspiração renascentista. Talvez, por tudo isso, a Catedral esteja entre um dos nossos prédios mais antigos ainda preservados.
domingo, 24 de junho de 2012
TELEFONISTA: a profissão do séc. XX
Foi no início do século XX, que as mulheres
ingressaram de modo definitivo no mercado de trabalho. Inicialmente em espaços
fechados, pois, acreditava-se que em espaços fechados as mulheres estavam
protegidas de todos os perigos e influências negativas provocadas pela vida
moderna. Os primeiros espaços foram às salas de aula, posto que, as mulheres já
tinham habilidades para cuidar de crianças, pois cuidavam de seus filhos,
sobrinhos e, às vezes, irmãos... Depois de algum tempo ganharam espaço nas
fábricas, especialmente de tecelagem e fiação. Do trabalho para a casa, as
mulheres foram conquistando o espaço público. A ampliação do universo de
trabalho destinado ao público feminino aconteceu com a criação da profissão de
telefonista. O universo foi dominado pelas mulheres, alguns diziam que era
porque elas eram: "faladeiras". Convém, entretanto, considerar que
apesar de conversarem com estranhos, elas continuavam protegidas e
distantes dos seus interlocutores. Para o exercício da profissão elas recebiam
instruções sobre como manipular os equipamentos, ética, tom de voz e seleção de
palavras que deveriam ser utilizadas na conversação. Algumas revistas da época
chegaram a escrever que o monopólio feminino na profissão dava-se em virtude de
sua característica tagarela.
Outras questões relevantes sobre o sucesso desses serviços se
deu em virtude da rapidez com que as informações chegavam ... isto é, horas
depois! Pois na época quando um usuário pedia uma ligação a uma telefonista, às
vezes, gastava-se mais de 4 horas para que a ligação fosse completada. Mas, se
considerarmos que antes as informações chegavam apenas por carta e/ou telegrama
o que demandava dias... aguardar algumas horas era um privilégio ... esta
realidade tornava 4 ou 8 horas, em algo extremamente rápido! Sem contar o
aspecto caloroso da nova comunicação, pois era possível ouvir a voz da pessoa
que estava distante!!! Imaginem a sensação de ouvir a voz de uma pessoa numa
época em que as comunicações eram realizadas apenas por cartas... Pelo exposto,
entendemos que o telefone transformou as
comunicações, deixo-as mais humanas... apesar do aparelho!
A partir do sistema automático, implantado em
1928, na cidade de São Paulo, as telefonistas passaram a ser dispensáveis,
afinal, os serviços delas não eram mais imprescindíveis, mesmo assim elas
continuaram trabalhando por um bom tempo, pois, as pessoas demoraram a se
habituar a fazer ligações sozinhas. Em Barretos, o serviço automático começou
em 1973 e a primeira pessoa a realizar uma ligação sem o auxílio de uma
telefonista foi o prefeito da época: Ary Ribeiro de Mendonça.
Para mais informações sobre a profissão sugiro que visitem o link da
telefônica:
http://www.fundacaotelefonica.org.br/Museu/Files/trabalho01.pdf
sábado, 23 de junho de 2012
RELÓGIO CEBOLÃO
Este relógio cebolão faz parte do acervo do Museu. Trata-se de uma peça curiosa e encantadora, utilizada pelos elegantes cavalheiros do século XX. Estima-se que por volta de 1908, a pedido de Santos Dumont (o pai da aviação), o
primeiro relógio de pulso tenha sido produzido no Brasil. Ocorre que o relógio de bolso dificultava o controle do tempo de suas experiências “voadoras”, por isso, ele encomendou a um amigo da empresa "Cartier" a criação de um relógio que pudesse ser utilizado no pulso. Apesar da praticidade do modelo, a novidade causou estranheza em nossos antepassados, as pessoas acharam o modelo muito esquisito e extravagante. Ou seja, o modelo que na época provocou reações, hoje é o modelo mais popular.
Tudo isso nos permite pensar sobre as mudanças de hábitos e costumes... o que era tradição no séc. XX, na atualidade é algo excêntrico. Afinal, encontrar alguém com um relógio de
algibeira (bolso) é bastante incomum na contemporaneidade.
Se quiserem ler mais sobre
o assunto
sugiro:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-relogio/historia-do-relogio2.php
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Escritores barretenses "poemando"o Natal
“Poema de Natal
Nidoval Reis
Chega o Natal.
Dentro da noite, as ruas,
Pela luz dos luminosos,
se incendeiam.
Nas mansões, à mesa farta
rostos de lua cheia
ceiam.
Chega o Natal.
Dentro da noite, as ruas,
Tristes sem luz, dormem silentes.
Nos lares sem pão,
Rostos de lua nova,
Choram doentes.
Papai Noel chegou sorrindo,
Enganadoramente.
Nidoval Reis
Chega o Natal.
Dentro da noite, as ruas,
Pela luz dos luminosos,
se incendeiam.
Nas mansões, à mesa farta
rostos de lua cheia
ceiam.
Chega o Natal.
Dentro da noite, as ruas,
Tristes sem luz, dormem silentes.
Nos lares sem pão,
Rostos de lua nova,
Choram doentes.
Papai Noel chegou sorrindo,
Enganadoramente.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Os "Librinas"
Simão Antônio Marques é uma figura de grande importância na história da nossa cidade.
Ele ocupa espaço de destaque no panteão das grandes personalidades que contribuíram para que um simples povoado, do século XIX, se tornasse na nossa querida Barretos, cidade de gente guerreira, festeira e acolhedora.
Ocorre que ele é um dos fundadores da cidade de Barretos, tendo doado 20 alqueires de terras da sua fazenda “Monte Alegre”, ao patrimônio do Divino Espírito Santo, terras que deram origem a nossa Catedral marcando o desenvolvimento da vila ao seu redor.
Seus descendentes herdaram muito mais do que o sobrenome “Marques”, herdaram a sua força e a sua disposição para o trabalho, assim como a alcunha de “Librina”, apelido que Simão recebeu em vida e que foi repassado por gerações.
Seus descendentes herdaram muito mais do que o sobrenome “Marques”, herdaram a sua força e a sua disposição para o trabalho, assim como a alcunha de “Librina”, apelido que Simão recebeu em vida e que foi repassado por gerações.
Grandes historiadores já eternizaram explicações curiosas sobre tal apelido, e aproveitando o trabalho primoroso dos nossos historiadores, transcrevo abaixo um trecho do livro “Álbum Comemorativo do Centenário de Fundação da Cidade de Barretos” (1954), publicado por Ruy Menezes e José Tedesco, como um presente a cidade de Barretos pelo seu centenário, que elucida a questão:
“Grande importância, também precisa ser dada aos Librinas, cujo cabeça, o sertanista Simão Antônio Marques, deve ser colocado em posição de grande destaque na história da fundação de Barretos.
Como vimos, veio ele, também, de Caldas Velhas, tão depressa quanto chegava, ali, o conhecimento de que Chico Barreto conseguira penetrar pelos sertões de São Paulo, obtendo posse de extensa área de terras.
Rezam as crônicas que se tratava de um caboclão enorme, de dois metros de altura, corado como se fora uma romã, gigantesco homem que, um dia, estando numa igreja a rezar, de joelhos, tanto se destacava em meio à multidão, sobressaindo sua cabeça sobre as demais, que o padre, do altar, gritou para ele - confuso, naturalmente - "Ajoelhe-se!..."
E continua a história: impressionado com aquele colossal caboclo, que contrastava, em tudo, com os demais, inclusive na côr rosada de seu rosto, já que o resto da caipirada era pálido como cêra, já agora à saída da réza, o padre lhe indagou das razões de tôda aquela exuberância e saúde.
- "São as librinas da manhã, seu vigário!" - explicou Simão Antônio Marques, referindo-se às "neblinas" das primeiras horas do dia, de qe êle madrugador inveterado, sabia aproveitar em benefício de seu físico.
O padre, irônico, na mesma hora, passou a tratá-lo por "Librina", apelido êsse que pegou e, como legado transmitido a tôda a sua descendência, que, até hoje se orgulha de pertencer à família dos "Librinas"."
(MENEZES, Ruy. TEDESCO, José, 1954, p. 7-8)
Referências:
MENEZES, Ruy. TEDESCO, José. Álbum Comemorativo de Fundação da Cidade de Barretos, 1954.
domingo, 31 de julho de 2011
Após um século o poema "A Escravidão" do Cel. Silvestre de Lima é recuperado
São Longuinho, São Longuinho, ajude-me a encontrar o poema “A Escravidão” do Silvestre de Lima e darei três pulinhos...
Estou há uma semana pulando de felicidade!!!
A alegria em encontrar algo considerado perdido é indescrítivel! Sempre tive grande admiração pelo Cel. Silvestre de Lima, 2º. prefeito de Barretos, figura curiosa e de grande influência na intelectualidade barretense.
Silvestre de Lima, fundou em 30/mar/1900, o primeiro jornal da cidade de Barretos e região,"O Sertanejo", que exerceu grande influência no pensamento dos cidadãos barretenses.
Por volta de 1878, cursou farmácia na Faculdade de Medicina, no Rio de Janeiro, onde conheceu José do Patrocínio, passando a integrar o grupo de poetas abolicionistas que usavam o poder das palavras para protestar contra o sistema escravocrata.
Importantes historiadores da nossa cidade já escreveram sobre o Silvestre, entre eles, o ícone: Osório Rocha, que em seu livro “Barretos de Outrora” (1954), traz ricas considerações sobre a aguçada sensibilidade e tenacidade do Silvestre de Lima: “[...] Silvestre dá vasão à sua mágua e revolta, no primeiro soneto, que foi um grito de protesto, uma profissão de fé, um programa jurado de luta em favor da raça escravizada, seguido à risca até a vitória em 1888”. (Pág. 213). Outro trecho relevante do livro de Osório trata especificamente da perda do poema que Silvestre nos tempos de universitário escrevera em defesa da causa abolicionista, trata-se do poema “A Escravidão”: “Naquele tempo Silvestre lança um poema “A Escravidão”, hoje completamente perdido, mas cujo respeito há referências das mais elogiosas na crítica da época e na lembrança dos que o leram” (Pág. 213). Outro trecho significativo: “Que pena, meus senhores que grande pena, Amigos de Barretos, terem desaparecido por completo, sem esperança alguma de serem encontrados, tais versos, para os guardares em relicário de ouro?” (Págs. 213-214).
Outro respeitável Historiador, Ruy Menezes, patrono do Museu, em seu livro “O Espiral – A História do desenvolvimento cultural de Barretos”(1985), retoma a tristeza pelo poema perdido: “No Rio, ao tempo em que estudava, deu ingresso no Jornalismo colaborando na “Gazeta da Tarde”, de Lopes Trovão, e, de grande amigo de José do Patrocínio, passou-se, de alma arrebatada, para as agitações de campanha abolicionista. Seu poema “A Escravidão”, que se perdeu totalmente, diz Osório Rocha que mereceu as melhores referências de crítica e Wenceslau de Oliveira o tinha em alta consideração, afirmando mesmo que igual aos “Latifúndios”, de Hipólito da Silva, outra obra prima, ele só conhecia, como poesia, a de Silvestre de Lima”.(Pág. 110).
Os trechos transcritos comprovam que Silvestre de Lima, participou das campanhas abolicionistas ao lado de nomes de grande projeção nacional, tais como, José do Patrocínio, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Tal informação me intrigou bastante. Intrigada, pus-me a considerar que uma pessoa que havia convivido e circulado entre poetas e conferencistas renomados, deve ter tido o poema publicado em alguma obra poética.
E, assim, teve início a minha busca. Atualmente, sou aluna de Pós-Graduação em Lingüística numa Universidade que dispõe de um considerável acervo de obras raras, virei uma “ratinha”... Mas, não logrei sucesso. Porém, não desisti. Passei a proceder a um levantamento de todas as antologias poéticas dos séculos XIX e XX, e, felizmente, para a minha enorme alegria e contando com o empenho de funcionários da Biblioteca Nacional, encontrei os seus versos em um Dicionário Bibliográfico do início do século XX.
Evidentemente, Silvestre de Lima merece uma obra dedicada integralmente a sua memória e a tudo o que ele representou para o desenvolvimento intelectual dos primeiros moradores de Barretos.
Naturalmente, não ousarei fazê-la receando cometer erros, deixo a missão para os dignos Historiadores barretenses. Lembro-me de algumas palavras do Cel. Almeida Pinto que segundo Ruy Menezes, numa bem humorada resposta ao Silvestre de Lima respondeu-lhe em certa ocasião: que o amigo não devia meter o bico em seara alheia e respeitar-lhe o galinheiro. Recordo-me que se tratava de uma situação em que na ausência de Almeida Pinto, cronista oficial do jornal “O Sertanejo”, Silvestre de Lima havia publicado uma crônica em verso de sua autoria em substituição.
O que quero dizer é que me sinto feliz em ter conseguido recuperar o poema que ficou por mais de um século perdido. O resto é com os Historiadores...
Abaixo para deleite dos apreciadores, transcrevo um trecho de uma carta onde o próprio Silvestre de Lima, lamenta o fato de não ter arquivado todas as suas poesias:
"Só agora é que compreendo o grave erro em que incorri, nada coligindo e guardando do pouso que a minha pobre musa me andou inspirando. Quanta cousa, de que hoje eu não tenho senão uma vaga e imprestável lembrança, eu deixei disperso aqui e ali, em jornais e revistas. No Rio, aqui, na capital, em Uberaba, em Bebedouro, onde quer que um editor de mim se lembrasse e me pedisse colaboração, lá estava eu sbscrevendo pelo menos um soneto. Concedi também muitos autógrafos, quando isso foi moda. Deste gênero, lembro-me de alguns, dos mais recentes, naturalmente, e hei-de ver se posso mais tarde enviar-lhe cópia"
Silvestre de Lima - 15 de outubro de 1938.
Sueli de Cássia Tosta Fernandes
Abaixo para deleite dos apreciadores, transcrevo um trecho de uma carta onde o próprio Silvestre de Lima, lamenta o fato de não ter arquivado todas as suas poesias:
"Só agora é que compreendo o grave erro em que incorri, nada coligindo e guardando do pouso que a minha pobre musa me andou inspirando. Quanta cousa, de que hoje eu não tenho senão uma vaga e imprestável lembrança, eu deixei disperso aqui e ali, em jornais e revistas. No Rio, aqui, na capital, em Uberaba, em Bebedouro, onde quer que um editor de mim se lembrasse e me pedisse colaboração, lá estava eu sbscrevendo pelo menos um soneto. Concedi também muitos autógrafos, quando isso foi moda. Deste gênero, lembro-me de alguns, dos mais recentes, naturalmente, e hei-de ver se posso mais tarde enviar-lhe cópia"
Silvestre de Lima - 15 de outubro de 1938.
Referências bibliográficas:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora, 1954.
MENEZES, Ruy. O Espiral: A história do desenvolvimento cultural de Barretos, 1985.
Documentos do Museu.
Documentos do Museu.
Nota: os livros do Osório Rocha e do Ruy Menezes estão disponíveis para pesquisa no Museu.
Poema "A Escravidão" - Silvestre de Lima
Caríssimos amigos e aventureiros no desvelar da história das figuras interessantes da nossa Barretos... novidades curiosas sobre a biografia do Silvestre (fiquem atentos aos detalhes....), e, o famoso poema perdido por mais de um século...
Abaixo a transcrição das páginas 231 e 232, do Diccionário Bibliográfico de Sacramento Blake - Vol VII:
Abaixo a transcrição das páginas 231 e 232, do Diccionário Bibliográfico de Sacramento Blake - Vol VII:
Silvestre Gomes de Lima
"Filho de Vicente Gomes de Lima e nascido em Ventania, Minas Geraes, a 31 de dezembro de 1859, fez na faculdade de medicina do Rio de Janeiro os dous primeiros annos do curso médico, mas não continou esse curso. Voltando a Minas, passou por um processo como cumplice num crime de assassinato. Foi um propagandista da abolição do elemento escravo, publicou trabalhos em alguns jornaes e escreveu:
- A escravidão: poema. Rio de Janeiro, 1880, in-8º. São deste poema os seguintes versos:
- A escravidão: poema. Rio de Janeiro, 1880, in-8º. São deste poema os seguintes versos:
O lar é o paraíso
Para aquelles que teem o grande sol do amor
Dourando eternamente o val do coração.
Que desgostos, ou trabalho, ou magua, ou pena, ou dor
Poderá resistir a douda tentação
De uma criança ideal, angelica, serena
Que nos beija ao chegar, com fervida effusão?
E ao filhinho juntae a uma mulher morena.
Doce como o luar,
Que nos falle de amor tão mansa como Christo
E eu vos perguntarei si depois de tudo isso,
Por acaso haverá crueis, pezar por mais profundo
Que num peito viril possam inda restar!
- Silvestre de Lima publicou muitas poesis em jornaes e tem outras ineditas. Collaborou para a America, o Combate e a Gazeta de Noticias do Rio de Janeiro e fez parte da redação das seguintes folhas:
- Gazeta da Tarde. Rio de janeiro, 1881, in-fol.
- O Binoculo. Rio de Janeiro, 1881, in-fol.
- O Mequetrefe. Rio de Janeiro, 1880 - 1881, in-4º.-Redige
- O Sertanejo. Cidade de Barretos S. Paulo, 1900 - 1901."
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Vestígios do tempo
Quem constrói a história?
NÓS. Todos nós, homens, mulheres, independentemente de idade, classe social, raça, credo, e grau de instrução, todos construímos histórias de vida. Juntos, fazemos a história da nossa comunidade e do nosso país.
Quem estuda o passado?
O Historiador. O profissional especializado no estudo do passado se chama HISTORIADOR. Ele investiga os acontecimentos do passado, por meio de vestígios, que são pistas históricas deixadas pelas pessoas.
Quais são as pistas da história?
As pistas são chamadas de fontes históricas e estas podem ser: fontes orais, fontes escritas, fontes materiais e fontes iconográficas. As fontes orais são lendas, cantigas, depoimentos, entrevistas etc. As fontes escritas são cartas, cartões-postais, diários, agendas, documentos, jornais, revistas etc. As fontes materiais são objetos, móveis, construções, monumentos etc. As fontes iconográficas são pinturas, fotografias, desenhos, mapas, filmes etc.
Onde encontramos estas fontes?
No Museu. Os museus são lugares especiais onde textos, imagens e objetos históricos são guardados para ser estudado por historiadores e outros interessados.
No Museu "Ruy Menezes" você encontrará um pouco de cada uma das fontes descritas, se você quiser brincar de historiador e investigar algum acontecimento do passado da nossa cidade, será bem-vindo!
O nosso setor de pesquisa atende as 2ªs. Feiras e as 6ª.s Feiras das 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00 horas.
Saiba que até numa visita ao Museu você poderá descobrir como as pessoas viviam no passado, os seus hábitos e costumes. Os objetos, as máquinas e até mesmo o prédio são vestígios do passado, o prédio do nosso museu é centenário e foi construído para sediar o Paço Municipal, você sabia? Isto foi em 1906, na administração do Dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira. A inauguração aconteceu em 15/Nov/1907. Como sabemos? Nós temos no acervo um convite para a inauguração. E são documentos como esses que nos ajudam a contar histórias.
E você pode nos ajudar a contar outras histórias doando fotografias e documentos antigos!
NÓS. Todos nós, homens, mulheres, independentemente de idade, classe social, raça, credo, e grau de instrução, todos construímos histórias de vida. Juntos, fazemos a história da nossa comunidade e do nosso país.
Quem estuda o passado?
O Historiador. O profissional especializado no estudo do passado se chama HISTORIADOR. Ele investiga os acontecimentos do passado, por meio de vestígios, que são pistas históricas deixadas pelas pessoas.
Quais são as pistas da história?
As pistas são chamadas de fontes históricas e estas podem ser: fontes orais, fontes escritas, fontes materiais e fontes iconográficas. As fontes orais são lendas, cantigas, depoimentos, entrevistas etc. As fontes escritas são cartas, cartões-postais, diários, agendas, documentos, jornais, revistas etc. As fontes materiais são objetos, móveis, construções, monumentos etc. As fontes iconográficas são pinturas, fotografias, desenhos, mapas, filmes etc.
Onde encontramos estas fontes?
No Museu. Os museus são lugares especiais onde textos, imagens e objetos históricos são guardados para ser estudado por historiadores e outros interessados.
No Museu "Ruy Menezes" você encontrará um pouco de cada uma das fontes descritas, se você quiser brincar de historiador e investigar algum acontecimento do passado da nossa cidade, será bem-vindo!
O nosso setor de pesquisa atende as 2ªs. Feiras e as 6ª.s Feiras das 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00 horas.
Saiba que até numa visita ao Museu você poderá descobrir como as pessoas viviam no passado, os seus hábitos e costumes. Os objetos, as máquinas e até mesmo o prédio são vestígios do passado, o prédio do nosso museu é centenário e foi construído para sediar o Paço Municipal, você sabia? Isto foi em 1906, na administração do Dr. Antônio Olympio Rodrigues Vieira. A inauguração aconteceu em 15/Nov/1907. Como sabemos? Nós temos no acervo um convite para a inauguração. E são documentos como esses que nos ajudam a contar histórias.
E você pode nos ajudar a contar outras histórias doando fotografias e documentos antigos!
Prof. Adão Carvalho
Exemplo de dignidade e força de vontade. Homem simples, negro, analfabeto aos 20 anos, superou todas as dificuldades impostas a uma pessoa de origem modesta. Bahiano mudou-se para Barretos em busca de melhores condições de vida. Aqui, exerceu a função de barbeiro, trabalhando com afinco. Interessado em progredir intelectualmente fez as séries iniciais junto com as crianças no Ginásio Municipal. Com extrema dedicação formou-se professor e advogado. Esforçado, aprendeu a tocar violino sozinho, transformou-se em um exímio violinista, e, ainda colaborou na formação espiritual de vários barretenses como pastor presbiteriano. Por ocasião de sua aposentadoria como professor, recebeu homenagem do Dr. Kalil Sales, em 1959, na "Gruta Baiana". Poeta de rara sensibilidade eternizou o seu modo de encarar a vida em belos versos que servem de inspiração para a juventude.
"A Mocidade"
Quem quiser possuir a sabedoria
E na vida ostentar conquista:
Consulte a voz da ciência, noite e dia
Do mal que surgir, contra o bem, resista!
Quando a luz do sol, vivida, irradia
E a natureza nos alegra a vista
Adornada de fina louçaria
Lembra o gênio de um sábio, de um artista!
Estudar os mistérios de um rochedo
Para lhe desvendar todo o segredo
Descortinar a terra, o mar e os céus!
Relutar a favor da humanidade,
Da justiça, da Lei, da Verdade:
Como vive lutanto o próprio Deus!
Adão de Carvalho
Poema publicado em 05/07/1959 - Correio de Barretos.
NOTA: O VIOLINO INTEGRA O ACERVO DO MUSEU.
NOTA: O VIOLINO INTEGRA O ACERVO DO MUSEU.
Mercado Municipal
Inaugurado na administração do prefeito José Amêndola Neto, em 1959.
"Estão finalmente concluídas as obras de construção do Mercado Municipal de Barretos. Resultou daí o enriquecimento do patrimônio arquitetônico da cidade que ganhou mais um amplo e majestoso edífico, além da possibilidade de considerar plenamente resolvido outro grande problema barretense qual era o da falta de um mercado que viesse favorecer, em bases mais eficientes, o abastecimento da cidade."
Transcrição de trecho publicado no Jornal "Correio de Barretos"(1959)- 01/Mar.- P. 01
quinta-feira, 21 de julho de 2011
BARRETOS – POLO REGIONAL DE MUSEUS
Barretos passou a ser Polo Regional de Museus e eu a sua coordenadora.
A criação do Pólo foi uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, através do Sistema Estadual de Museus – SISEM/SP, e visa promover melhores entendimentos e o desenvolvimento de parcerias institucionais importantes na área de museus.
Contarei com o inestimável apoio do meu querido amigo Marcelo Augusto de Moraes, Secretário Mun. de Cultura de Monte Azul Paulista.
A nossa missão será promover a interlocução dos 19 municípios da 13ª. Região administrativa com o Estado.
Integramos o circuito oficial de museus do Brasil
Em recente publicação do Ministério da Cultura, o Guia dos Museus Brasileiros, que mapeou 3.000 museus, o Museu Histórico, Artístico e Folclórico "Ruy Menezes" se faz conhecer ao grande público através da pág. 280.
Ao Brasil, seus museus
"Mais do que casas da memória, museus são casas da vida de um país. Espaços que assumem cada vez mais sua função junto à população, enquanto casas de conhecimento, vivência e transformação. O brasileiro precisa de museus que sejam verdadeiramente seus, capazes de relacionar uma nação consigo própria, cada pessoa com ela mesma, nosso passado e nosso futuro. O Ministério da Cultura tem trabalhado para isso, por meio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), para que esses espaços sejam, de fato, do Brasil, apropriados por todos os brasileiros.
Ao Brasil, seus museus
"Mais do que casas da memória, museus são casas da vida de um país. Espaços que assumem cada vez mais sua função junto à população, enquanto casas de conhecimento, vivência e transformação. O brasileiro precisa de museus que sejam verdadeiramente seus, capazes de relacionar uma nação consigo própria, cada pessoa com ela mesma, nosso passado e nosso futuro. O Ministério da Cultura tem trabalhado para isso, por meio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), para que esses espaços sejam, de fato, do Brasil, apropriados por todos os brasileiros.
Não faz muito tempo, museus eram vistos como instituições aristocráticas, distantes do povo, reservados aos "iniciados". Aos poucos, isso começa a mudar, os museus se fortalecem como espaços mais próximos da população, que não precisam apenas existir para serem públicos, precisam também interagir; não só abrir portas, mas também abrir caminhos.
Uma série de fatores explica essa mudança, como a diminuição das desigualdades sociais e o início do processo de democratização da cultura, que marcam a vida recente do nosso país. Além disso, essas instituições também se multiplicaram, se modernizaram e ampliaram o seu repertório.
O Guia dos Museu Brasileiros que agora tornamos disponível é o primeiro fruto deste trabalho. Ele traz à tona a diversidade museal brasileira e aponta para um crescimento expressivo do setor.
As páginas a seguir trazem informações sobre ano de criação, situação atual, endereço, tipologia de acervo, acessibilidade, infraestrutura para o recebimento de turistas estrangeiros, horário de funcionamento e natureza administrativa de todos os museus já mapeados pelo Ibram em território nacional.
Mais de três mil museus hoje prontos para serem seus".
Esta é a mensagem da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, no prefácio do Guia dos Museus Brasileiros.
domingo, 3 de julho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Padaria Luso Brasileira
Av. 7 esq. Rua 18.
Fila para comprar pão durante a 2ª. Guerra Mundial. A foto revela os transtornos provocados pela guerra na cidade de Barretos.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Igreja Matriz – Catedral do Divino Espírito Santo
O início da construção data de 1893. Apresenta porte Neoclássico com estilo eclético, em seu interior observam-se elementos greco-romanos, renascentistas e barrocos. Interior ricamente decorado com pinturas renascentistas italianas, e, vitrais coloridos com cristais belgas e chumbo, montados pela casa Conrado de São Paulo.
FONTE LUMINOSA
Trata-se de belíssima obra ofertada a cidade de Barretos pela comunidade japonesa em comemoração aos cinquenta anos da emigração no Brasil. A fonte tinha um encanto raro, com dois pratos concêntricos, superposto formando duas impressionantes cachoeiras circulares e no centro jatos de água que alcançavam aproximadamente 10 metros de altura, a fonte era colorida e musical. Ao seu redor havia 04 luminárias em forma de cogumelos dividindo-a em 04 partes.
E.E. Cel. Almeida Pinto
Ajardinamento da Praça que embeleza a entrada do 3º. Grupo Escolar “Cel. Almeida Pinto”. A escola passou a funcionar em 1939, mas somente em 1951, foi inaugurada em prédio próprio.O 3º.Grupo passou a se chamar "E.E. Cel. Almeida Pinto" em 1952, homenagem ao político barretense, educador e fundador do primeiro colégio da cidade, Colégio "São JOão", em 1885.
IMAGENS DO 1º. GRUPO ESCOLAR DE BARRETOS
Primeiro grupo da cidade de Barretos, inaugurado em 1912. Ficou conhecido como “carrapatão” devido ao aspecto arquitetônico baixo e achatado. A obra foi executada por Pagani Fioravanti, responsável também pela edificação da Catedral do Divino Espírito Santo. Demolido no início da década de 1970, para a construção de um prédio moderno.
RECORTES DOS DETALHES DA FACHADA DO "PALÁCIO DAS ÁGUIAS"
Paço Municipal – atual Museu Histórico, Artístico e Folclórico “Ruy Menezes”
Edificado no início do século XX. Construção em estilo neoclássico, em seu frontispício existe duas esculturas em formato de águias que o tornaram conhecido como “Palácio das Águias”. Na fachada principal tem-se uma escadaria e 04 colunas, nas laterais erguem-se duas torres em aspectos medievais.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
BIOGRAFIA
DR. PEDRO PAULO DE SOUZA NOGUEIRA
Intendente Municipal de Barretos em 1897 e 1899 a 1904
Nasceu em Rezende, estado do Rio de Janeiro, no dia 29 de junho de 1844.
Eram seus pais o Dr. Francisco Xavier de Paula Nogueira e Dona Carolina Honório de Melo Nogueira.
Casou-se em 07 de janeiro de 1872, com a Srª Helena Fischer Nogueira. O casal teve 11 filhos: Francisco, Pedro, Luiz, Paulo, Esnar, Hely Jarbas, João, Eurico, Noemi Hilda Nogueira, Júlia e Adelaide (Sinhá) Nogueira. Sendo, Francisco de Paula Souza Nogueira tabelião do 2º Ofício e tomou parte da Revolução Republicana de 1893, ao lado de Floriano Peixoto. E, Hely Jarbas de Souza Nogueira foi também Prefeito de Barretos no período de 31/10/1933 a 26/07/1934.
Fez o curso primário em sua terra natal e o secundário no “Colégio de Caraça”, em Minas Gerais e no “Seminário de São João”, no Rio de Janeiro. Diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1869.
Em Rezende exerceu advocacia e os cargos de Juiz Municipal e de órfãos, no período de 1872 a 1876. Foi vereador de 1873 a 1880 e de 1883 a 1886, neste último mandato fora Presidente da Câmara Municipal. De 1886 a 1891 foi coletor das Rendas Gerais, tendo ainda sido Provedor da Santa Casa.
Chegou a Barretos no dia 4 de janeiro de 1893, com a família (seus irmãos já estavam em Barretos). Neste local, foi agricultor, exerceu advocacia, sendo talvez o primeiro profissional da área que se radicara e foi escolhido como “Intendente Municipal”, tendo como secretário o Sr. Eleasar de Menezes.
Aceitou esse cargo com a condição de poder agir com inteira liberdade, sem obediência as tais “injunções políticas” que embaraçavam muitas vezes as autoridades administrativas da época.
Por isso, no Álbum Centenário, de Ruy Menezes e José Tedesco, o Dr. Pedro Paulo foi caracterizado como “Um homem de rima têmpera, sólida cultura e de integridade moral que se tornou proverbial.” (p. 23)
Podê, de tal forma, atender com toda operosidade as necessidades do Município. Foi notável a sua ação como Intendente Municipal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Arquivos e Documentos do Museu Histórico, Artístico e Folclórico “Ruy Menezes”
MENEZES, Ruy e TEDESCO, José. Álbum Comemorativo do 1º Centenário da Fundação de Barretos (1854 a 1954). Data de edição:25 de agosto de 1954.
Jornal Barretos Memórias. Dezembro / 87. Ano 1.
BIOGRAFIA DO BENEDITO REALINDO CORRÊA - EX-PREFEITO DE BARRETOS
“Filho de Joaquim Arnaldo Corrêa e Eulina Carolina Corrêa, nasceu em Batatais, onde cursou os primeiros estudos, dando continuidade em Barretos,freqüentando o curso de “Madureza”, atualmente conhecido como “Supletivo”. Casou-se em 25 de agosto de 1939, com Áurea da Silva Corrêa, tendo três filhos. Foi político ativo, sendo eleito vereador no quadriênio 1952 e 1955. Ocupou o cargo no Executivo de 1956 a 1959. Foi eleito por duas vezes deputado estadual. Faleceu tragicamente assassinado, envolvido num crime passional.”
Transcrição do Jornal "O Diário" de 01/Ago/2004.
Poesias do Cel. Silvestre de Lima
A TUA MÃO
Silvestre de Lima
É tão fina essa mão, tão frágil, tão leve,
Que eu que a sorvo num beijo, eu que num dedo a torço,
Guardo-a numa só mão sem o mínimo esforço,
Assim como uma flor guarda um floco de neve.
Qual de um bosque voa uma borboleta,
Paira, eleva-se, desce, e ora se oculta quase,
Ora aparece e vai mais veloz que uma seta,
Quando a raiva (ou amor) tens que os olhos te abrase,
Move-se a tua mão, baixa, ergue-se inquieta,
Acompanha-te a voz, segue-a frase por frase...
Mas, se as pousas em mim - como um floco de neve
Pousa sobre uma flor - sem o mínimo esforço,
Ah! Então é que eu sinto, eu que num dedo a torço,
Quanto pesa afinal essa mão que é tão leve!
Notas sobre o Cel. Silvestre de Lima:
Cel. Silvestre de Lima fundou o primeiro jornal da cidade de Barretos e região, "O SERTANEJO", em 1900.
Foi prefeito de Barretos, vereador e deputado estadual.
Em 1918, mudou-se para São Paulo onde fundou o "Colégio Minerva", e integrou-se também ao corpo de redatores do jornal "O Estado de São Paulo", que é o jornal mais antigo da cidade de São Paulo em circulação.
Silvestre de Lima
É tão fina essa mão, tão frágil, tão leve,
Que eu que a sorvo num beijo, eu que num dedo a torço,
Guardo-a numa só mão sem o mínimo esforço,
Assim como uma flor guarda um floco de neve.
Qual de um bosque voa uma borboleta,
Paira, eleva-se, desce, e ora se oculta quase,
Ora aparece e vai mais veloz que uma seta,
Quando a raiva (ou amor) tens que os olhos te abrase,
Move-se a tua mão, baixa, ergue-se inquieta,
Acompanha-te a voz, segue-a frase por frase...
Mas, se as pousas em mim - como um floco de neve
Pousa sobre uma flor - sem o mínimo esforço,
Ah! Então é que eu sinto, eu que num dedo a torço,
Quanto pesa afinal essa mão que é tão leve!
Notas sobre o Cel. Silvestre de Lima:
Cel. Silvestre de Lima fundou o primeiro jornal da cidade de Barretos e região, "O SERTANEJO", em 1900.
Foi prefeito de Barretos, vereador e deputado estadual.
Em 1918, mudou-se para São Paulo onde fundou o "Colégio Minerva", e integrou-se também ao corpo de redatores do jornal "O Estado de São Paulo", que é o jornal mais antigo da cidade de São Paulo em circulação.
Ten. Brasilino - 1º. Instrutor do Tiro de Guerra nº. 512
O Jornal “O Diário” de 08/Jan/1972, noticia a morte do Ten. Brasilino, 1º. Instrutor do Tiro de Guerra nº. 512.
Informa ainda que o Ten. Brasilino Custódio da Silva veio para Barretos em 1926. E que aqui ele presidiu o Tiro de Guerra por 20 anos. Foi diretor da ACIB, sócio fundador da Associação Paulista de Imprensa e atuou também como diretor do jornal "A Semana", pelo período em que o sr. Paulo Bezerra esteve em viagem ao Ceará. Além de ter prestado importante contribuição na formação dos jovens alunos do Ateneu Municipal de Barretos, onde foi o responsável pelo setor de disciplina.
Informa ainda que o Ten. Brasilino Custódio da Silva veio para Barretos em 1926. E que aqui ele presidiu o Tiro de Guerra por 20 anos. Foi diretor da ACIB, sócio fundador da Associação Paulista de Imprensa e atuou também como diretor do jornal "A Semana", pelo período em que o sr. Paulo Bezerra esteve em viagem ao Ceará. Além de ter prestado importante contribuição na formação dos jovens alunos do Ateneu Municipal de Barretos, onde foi o responsável pelo setor de disciplina.
O Ten. Brasilino foi casado com a dona Maria Aparecida Ferraz Silva, com quem teve 02 filhos:
Brasilino Custódio da Silva, casado com Zuleika Apª. Picolo e Waldir Custódio da Silva. Morreu no dia 07/01/1972 às 4:30 horas, na cidade de Ribeirão Preto, aos 78 anos.
TIRO DE GUERRA Nº. 512
O Tiro de Guerra nº. 512 foi fundado no início do século XX, nos derradeiros anos 10, entretanto, por envolvimento em um tiroteio quando de um violento pleito eleitoral no ano de 1919, teve suas atividades suspensas até 1926. Foi reorganizado em 1927 e ficou aos cuidados do Ten. Brasilino por 20 anos.
Referências:
Jornal "O Diário" de 08/Jan/1972.
MENEZES, Ruy, O Espiral - História do Desenvolvimento Cultural de Barretos, 1985.
TIRO DE GUERRA Nº. 512
O Tiro de Guerra nº. 512 foi fundado no início do século XX, nos derradeiros anos 10, entretanto, por envolvimento em um tiroteio quando de um violento pleito eleitoral no ano de 1919, teve suas atividades suspensas até 1926. Foi reorganizado em 1927 e ficou aos cuidados do Ten. Brasilino por 20 anos.
Referências:
Jornal "O Diário" de 08/Jan/1972.
MENEZES, Ruy, O Espiral - História do Desenvolvimento Cultural de Barretos, 1985.
sábado, 19 de março de 2011
BIOGRAFIA DO CEL. SILVESTRE DE LIMA
BIOGRAFIA DO CEL. SILVESTRE DE LIMA
Intendente Municipal de 1894 a 1896 e 1909 a 1914
Nasceu em 31 de dezembro de 1859, em São Sebastião da Ventania, (em 1954 cidade de Alpinopolis), filho de Vicente Gomes Lima (1819-1902). Silvestre estudou incialmente em sua terra natal, depois em Carmo do Rio Claro, no “Colégio Padre James de Toledo Lion”, onde já revelava suas tendências à arte da poesia e também era um aluno destacável. Em 1877, foi levado por seu pai para estudar medicina no Rio de Janeiro.
Neste contexto, segundo os relatos de Osório da Rocha, no livro “Barretos de Outrora” (1954), conta-se: “certa vez hospedado numa fazenda, teve ensejo de presenciar o suplício infligido por feitos desalmado a um mísero cativo. Na calada da noite, impressionado e insone, Silvestre dá vasão à sua mágua e revolta, no primeiro soneto, que foi um grito de protesto, uma profissão de fé, um programa jurado de luta em favor da raça escravizada, seguido à risca até a vitória em 1888.”
No Rio de Janeiro, quando estudante, ingressou no jornalismo, colaborando na “Gazeta da Tarde”. Grande amigo de José do Patrocínio, passou-se de alma arrebatada para as agitações da Campanha Abolicionista, e logo, se vinculou aos ideais republicanos. Foi então que escrevera seu distinto poema “A Escravidão”, no qual se perdeu totalmente,
e mereceu, segundo Osório da Rocha, as melhores referências da crítica. Como disse, na época, Venceslau de Queirós: “Como poema de propaganda, só conheço outro igual aos latifúndios, é A Escravidão, de Silvestre de Lima”.
Não concluiu o curso de Farmácia pela Faculdade de Medicina, retornando para Minas Gerais após dois anos de estudos no Rio de Janeiro.
Em 1885, foi para Ituiutaba (MG), então chamada “São José do Tijuco”. Ali lançou as sementes da pregação dos ideais republicanos. Até que em 1891, a convite do Cel. Antônio Marcolino Osório de Souza, mudou-se para Barretos.
Aqui chegando, montou uma pequena farmácia de sociedade com João Teles, exercido as funções de Curador Geral de Órfãos e Promotor Público Interno. Exerceu até mesmo advocacia.
No ano seguinte a sua chegada, já se integrava ao movimento político local.
Ocupou cargos de vereador, Presidente da Câmara, Prefeito Municipal e Deputado Estadual; função que renunciou em 1903, quando da eclosão do movimento conhecido como “Dissidência”. Recebeu também a patente de Coronel da Guarda Nacional.
Foi fundador do Jornal “O Sertanejo”, primeiro jornal que existiu em Barretos e região, fundado em 31 de março de 1900. Essa publicação alterou substancialmente a mentalidade dos barretenses. Fundou depois o “Correio de Barretos” e a “Folha de Barretos”, jornais de grande aceitação.
Casou-se em 22 de maio de 1895 com Nazária Isaura de Mira, então com 15 anos de idade. Tiveram o casal os seguintes filhos: Silvestre Filho (advogado), Plínio (médico), Vicente (famoso músico, já fora o 2º melhor flautista do Brasil), Afra e Chloé (professoras).
Cansado da política, que só lhe dera dissabores e desenganos, e necessitando dar seqüência aos estudos de seus filhos, mudou-se para São Paulo, em 1918. Na capital paulista, fundou o “Colégio Minerva”, em que muitos barretenses foram estudar.
Integrou-se também no corpo de redatores de “O Estado de São Paulo”, e aí dirigiu, durante algum tempo, a secção “Notas e Informações”, a famosa página de editoriais do grande órgão da Imprensa Paulista. Era, também, amigo pessoal de Júlio Mesquita.
Faleceu em 15 de setembro de 1949, em São Paulo.
No dia 12 de outubro de 1949, a “Sociedade Amigos de Barretos”, presidida por Hely Pimenta, promoveu solenidade de homenagem póstuma a Silvestre de Lima; sendo Osório da Rocha o conferencista.
REFERÊNCIA:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. Abril de 1954.
domingo, 6 de março de 2011
Primeiro Prefeito de Barretos
CEL. RAPHAEL DA SILVA BRANDÃO
Intendente Municipal de 1891 a 1893
Natural de São José dos Botelhos (MG), nasceu no dia 03 de fevereiro de 1864. Era filho do italiano Luiz Brandão, ou Brandini, e residiam em Uberaba.
Em 1884 esteve matriculado no Colégio Moretszohn, de São Paulo, mas não pode continuar seus estudos, resolvendo então comercializar alguns produtos no Triângulo Mineiro. Mas, um dia decidiu atravessar o Rio Grande e tudo mudou desde então. Vendeu uma porção de ferramentas, drogas (medicamentos), calçados, enfim toda mercadoria utilizável neste período. Entusiasmado pelo sucesso obtido nas vendas, escreveu a seu pai que não voltaria mais a negociar em Minas Gerais.
Veio definitivamente de Uberaba para Barretos, no dia 10 de março de 1885. A partir de então, tornou-se grande amigo do Coronel João Carlos de Almeida Pinto.
Casou-se em 21 de janeiro de 1888 com D. Veridiana Gomide (Dona Cavita), tendo o casal os seguintes filhos: Filomena, Maria Olinda (Cotinha), Angelina, Olga, Lucília e depois de muitos anos, em 1918, nasceu Luiz (que foi dentista e ainda residente na cidade).
Em Barretos, Raphael Brandão militou na política e além de ter sido o primeiro prefeito (intendente municipal) de Barretos, exerceu cargos da maior responsabilidade, como juiz (1890), vereador e outros.
Em conseqüência, foi nomeado Coronel da Guarda Nacional, Presidente da Câmara Municipal (1905), em 1914 foi Coletor Federal (o primeiro de Barretos), no ano de 1927 era o presidente do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos. Logo, aposentou-se contra sua vontade, em 1935.
Barretos deve a Raphael grandes serviços e o maior foi, talvez, ter obtido a criação da Comarca de Barretos, depois de muitas conversas com o chefe republicano, Dr. Alfredo Ellis. O Coronel se preocupou também com a questão alimentícia dos presos e adotou medidas para a criação do novo cemitério em 1893. É válido ressaltar que, nesta época, instalava-se o Diretório do Partido Republicano e a Câmara.
Raphael faleceu no dia 26 de dezembro de 1935.
Nota
A conjuntura política da época era de um Brasil que acabava de sair do Império de Dom Pedro II e partir para a tão esperada República. Além disso, a economia também se modificava, já que, teoricamente, a escravidão era abolida e a mão-de-obra assalariada tornava-se vigente. Nos setores sociais e culturais explodia a influência francesa na arquitetura, mas, a desigualdade social era muito notada.
Na área administrativa encontram-se agrupamentos políticos da elite agrária, que formavam a instituições como a Guarda Nacional e, assim, exerciam as funções referentes à administração das respectivas vilas ou cidades. Neste contexto, percebe-se que títulos de patentes, como coronel – dado também a Raphael Brandão - são referentes aos chefes políticos do interior, dentro da política do Coronelismo. E, é neste exato momento que se vê presente o primeiro Intendente Municipal de Barretos, Cel. Raphael Brandão.
REFERÊNCIAS:
ROCHA, Osório. Barretos de Outrora. SP, 1954.
Documento do Museu.
Documento do Museu.
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